Morada Romar

A arquitetura da Morada Romar parte do declive, da melhor visada e da vegetação do terreno para se formar. Na maquete, vê-se as curvas de nível e as árvores do terreno impondo à arquitetura seu limite e potencial de construção: a curva setoriza os usos da casa e as árvores, uma mais cercada pela arquitetura e outra mais aberta, pontuam usos coletivos e privados. Os 22 hectares do ecótono de Cerrado e Mata Atlântica que compõem o terreno da casa se impunham ao projeto. Como mostra essa isometria a escala da casa em relação à natureza era ínfima, o que exigia um trabalho de paisagismo que intervisse integrando ao ecossistema existente. A morada Romar se integra e, ao mesmo tempo, se destaca na paisagem. Se destaca pela cor amarelada, forte, pigmentada e se integra pelo material natural em taipa de pilão: além de constituir toda a estrutura, as paredes desse sistema construtivo tradicional na região das vertentes de Minas Gerais estrutura e setoriza a casa. O cerrado e a mata atlântica do terreno aparecem na paisagem da casa pela materialidade, pelo jardim ecológico e pelas paisagens enquadradas nos paredões da arquitetura. São paisagens da nossa região dentro da paisagem da casa. Assim se fez uma casa-paisagem com poética que valoriza nossos saberes, lugares, ecossistemas e construtores.